quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Capítulo 2

Oláa!
Como prometido aqui está o capítulo 2!
Lembrando que o 3º e o 4º capítulo serão lançados primeiro no Anime Dreams nos dias 22 e 23, em versão impressa.
Espero que gostem! Não deixem de comentar. ^^



2

            Cheguei em casa exausta, apesar de ter dormido o suficiente na casa daquela estranha. Mas o que mais me cansou foi ficar pensando e tentando entender o que havia acontecido, durante o trajeto até minha casa. Não era possível eu ter... dormido com uma garota. Não conseguia nem pensar na palavra apropriada. Não, definitivamente isso é impossível. Mas era difícil de dizer. Minha dor de cabeça só estava piorando com esses pensamentos. E ainda tive que aguentar minha mãe me interrogando.
      — Isso são horas de chegar? Onde passou a noite? E com quem? O que irá dizer para o seu chefe? Você tem que criar juízo. Você só sabe chamar a atenção e trazer desgosto para essa família. Vê se cresce menina. Você tem responsabilidades, não pode mais bancar a adolescente rebelde e mimada. Onde a senhorita pensa que vai? — perguntou-me enquanto eu subia a escada para o segundo pavimento. — Ainda não acabamos essa conversa...
      — Vou para meu quarto. Vou descansar depois vou para a faculdade. Não estou a fim de ficar em casa ouvindo você e meu pai reclamando das coisas que faço.
      — Julia! Julia! Seu pai não vai gostar nada disso... — Já tinha batido a porta.

            Afundei na cama. Na verdade não estava tão cansada a ponto de dormir, mas também não tinha energia de fazer mais nada. Depois de uns vinte minutos deitada sem pensar em nada, resolvi tomar banho e ir mais cedo para a faculdade. Talvez encontrar alguns amigos me anime um pouco. Apesar de não estar disposta para ouvir um professor chato falando por três horas.
            Depois de um banho relaxante e bem demorado, colocado uma roupa confortável, veio uma ideia de vasculhar minha bolsa. Não duvido nada que aquela garota tenha me roubado. Talvez seja por isso que fui parar lá. Peguei minha bolsa que estava em cima da cama e comecei a tirar as coisas de dentro, vendo se sentia falta de algo. Nada. Tudo estava lá. Aliás, havia coisa demais. Tirei um cartão, um pedaço de papel na verdade.

            Bruna.
Ela deixou um telefone para mim.
            — Como se eu fosse procurá-la. — falei comigo mesma. Amassei o papel e joguei no cesto de lixo que não limpo há dias. Minha mãe disse que ia parar de fazer as coisas para mim. Desde então tenho que brigar com a minha preguiça para tentar manter meu quarto limpo e arrumado.
            Olhei no relógio: cinco horas da tarde. Minha aula só começaria daqui a duas horas e a faculdade ficava a meia hora de carro da minha casa, mas ia mais cedo mesmo. Não daria mais nenhuma oportunidade para minha mãe vir falar comigo. Peguei minhas coisas de desenho, hoje teria aula de Projeto — na faculdade de arquitetura metade das aulas eram de desenho — e saí do quarto tentando passar o mais rápido possível pela sala antes que minha mãe venha encher o saco novamente.
            — Julia! Vê se hoje você volta para casa, senão vai ser uma desculpa para seu pai te pôr para fora de vez. Cuidado.., - bater a porta em casa já estava virando rotina. Na verdade desde os quinze anos eu deixei de ser a queridinha da mamãe. Parei de estudar, comecei a cabular aulas no colégio para ir a outros lugares com os garotos mais velhos... Na verdade não lembro muito daquela época.
            Na faculdade não é diferente, pelo contrário, só aumentou a minha 'rebeldia'. Não volto para casa antes das 2 da manhã, nos finais de semana nem volto: pulo de casa em casa de amigas. Meus pais nunca se acostumaram. Tanto que no meu segundo ano de faculdade, agora eu com 20 anos, eles ainda tentam me colocar rédeas e colocar algum juízo na minha cabeça. Aquela não era a primeira vez que ouvia que eles me colocariam para fora de casa.
            Por que você não é igual ao seu irmão? Ele se formou aos 22, já viajou para vários países. Agora com 26 já é pai de família muito bem casado, com casa própria, carro importado. Enquanto você, não conseguiu ficar mais do que três meses em seus empregos, não leva a sério a faculdade. Cada dia está com um cara diferente. E uma cor diferente no cabelo. O que você quer da vida, assim desse jeito? Era o que ouvia pelo menos uma vez por mês.
            Qual é o propósito da vida senão se divertir em cada momento? Era esse o meu propósito. Não ligava para o que as outras pessoas diziam. Principalmente meus pais. Claro que já me meti em roubadas por ouvir as pessoas erradas. Mas é errando que se aprende, não é mesmo!?

            Como imaginei na faculdade estava tudo tranquilo, era muito cedo ainda para ter bastante gente. O saguão estava praticamente vazio. Tentei ver se achava alguém conhecido, mas não encontrei ninguém. Talvez tenha mais sorte na sala. Subi então os seis lances de escada. Não gostava de elevadores. Cheguei então ao 3º andar, sala 315. Vazia. Claro, quem ninguém em sã consciência viria tão cedo para a faculdade. Ainda mais naquela faculdade onde só havia burguesinhos que não trabalhavam e viviam à custa dos pais. Claro que também me veem assim, pois minha família tem recursos e são eles que pagam a minha faculdade, já que não tive 'capacidade' – saco – de entrar em uma federal. Mas era totalmente contra a essas comodidades. Só era difícil de lutar contra elas.
            Lembrei então — na verdade meu estômago me lembrou — que eu não havia comido nada. Vai saber desde que horas. Na faculdade havia algumas lanchonetes, desci, então, ao saguão, fui a primeira que vi e pedi um lanche natural. Na verdade, só tinha fome, mas não estava com muita vontade de comer. Então, engoli o lanche com um suco de frutas.
Me demorei ali no saguão, nas mesas das lanchonetes. Tanto que ficou tarde o suficiente para começar a chegar gente. Fiquei ali observando as pessoas irem e virem para as salas, secretária da universidade, ou simplesmente encontrando os amigos. As pessoas que frequentam o campus da universidade são bem distintas. Algumas até bem estranhas. Principalmente as dos cursos de artes: se vestem de modo assustador. Mesma na minha turma, me surpreendo com as pessoas.
Olhando tudo, vi uma de minhas colegas, Pamela, chegando. Esperei atravessar metade do saguão de entrada para depois chama-la. Só depois que ela olhou e acenar, é que reparei na garota mais atrás, de pele branca e macia, entrando e se misturando com a multidão.
Uma única palavra me veio na cabeça: Bruna.
            

Um comentário:

  1. Oiii eh a Livia,li sua historia ontem e achei muito legal e boa sua narrativa,gostei bastante também da historia... Então boa sorte com a continuação xDD

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